TDAH em Meninas, Adolescentes e Mulheres: Perspectivas Psicológicas e Desafios
- Daniele Morais

- 15 de ago. de 2024
- 3 min de leitura

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de atenção, controle de impulsos e hiperatividade. Embora frequentemente associado a meninos, a manifestação do TDAH em meninas, adolescentes e mulheres tem características distintas que podem impactar significativamente sua vida diária e bem-estar.
Este artigo explora essas diferenças com uma abordagem psicológica, oferecendo insights sobre diagnóstico, tratamento e estratégias para enfrentar os desafios únicos enfrentados por mulheres com TDAH.
Como o TDAH Se Manifesta em Meninas, adolescentes e Mulheres?
1. Diferenças nos Sintomas
Embora o TDAH possa se manifestar de forma variada em diferentes indivíduos, em meninas, adolescentes e mulheres, os sintomas tendem a seguir padrões distintos:
Meninas: Muitas vezes, as meninas com TDAH apresentam menos sintomas evidentes de hiperatividade e impulsividade. Em vez disso, os sintomas de desatenção são mais proeminentes. Elas podem ter dificuldades com a organização, manter o foco e seguir instruções, o que pode ser menos perceptível para os outros e, portanto, menos reconhecido.
Adolescentes: Em adolescentes, os sintomas do TDAH frequentemente se manifestam de forma mais sutil e complexa em comparação com crianças mais novas. A desatenção pode se traduzir em dificuldades na organização de tarefas e no cumprimento de prazos, enquanto a hiperatividade pode não ser tão visivelmente inquieta, mas sim uma sensação interna de agitação e dificuldade em permanecer focado. A impulsividade pode se manifestar em comportamentos de risco e decisões apressadas, e o impacto social e acadêmico pode ser mais evidente devido às crescentes demandas da vida adolescente. Além disso, o diagnóstico pode ser mais desafiador, pois os sintomas podem ser confundidos com outras condições e as habilidades de adaptação podem mascarar as dificuldades subjacentes.
Mulheres Adultas: À medida que as meninas crescem e se tornam mulheres, o TDAH pode se manifestar de forma mais sutil, mas igualmente impactante. As mulheres podem enfrentar desafios adicionais na conciliação entre vida profissional, pessoal e responsabilidades familiares. Além disso, as mulheres com TDAH são mais propensas a desenvolver comorbidades como ansiedade e depressão.
Diagnóstico e Reconhecimento
1. Dificuldades no Diagnóstico
O TDAH em meninas, adolescentes e mulheres pode ser subdiagnosticado por várias razões:
Sintomas Menos Visíveis: As meninas frequentemente apresentam sintomas menos visíveis e mais internalizados, como desatenção e baixa autoestima, que podem ser facilmente confundidos com outros transtornos ou dificuldades emocionais ou de ansiedade.
Expectativas Sociais: As normas sociais e expectativas de gênero podem levar a uma maior subestimação dos sintomas de TDAH em meninas, adolescentes e mulheres, que muitas vezes são pressionadas a se conformar a padrões de comportamento mais controlados.
2. Importância de um Diagnóstico Preciso
Um diagnóstico preciso é crucial para um tratamento eficaz. Profissionais de saúde mental devem considerar a possibilidade de TDAH em meninas, adolescentes e mulheres que apresentem dificuldades persistentes com a atenção e organização, mesmo que não exibam os sintomas clássicos de hiperatividade e/ou impulsividade.
Tratamento e Gestão do TDAH
1. Abordagem Terapêutica
O tratamento do TDAH deve ser multifacetado e adaptado às necessidades individuais:
Medicação: Os medicamentos estimulantes, como o metilfenidato e as anfetaminas, são frequentemente usados para tratar o TDAH e podem ser eficazes tanto para meninos quanto para meninas. No entanto, a resposta à medicação pode variar e ajustes podem ser necessários.
Psicoterapia: Terapias comportamentais e cognitivas podem ser particularmente úteis, ajudando a desenvolver estratégias de organização, gestão do tempo e habilidades sociais. A psicoterapia também pode abordar questões comórbidas como ansiedade e depressão.
2. Estratégias de Coping
Mulheres com TDAH podem se beneficiar de várias estratégias práticas para enfrentar seus desafios:
Organização e Planejamento: Utilizar ferramentas como calendários, aplicativos de gerenciamento de tarefas e lembretes pode ajudar a melhorar a organização e a gestão do tempo.
Autocuidado: Práticas regulares de autocuidado e técnicas de relaxamento podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar a capacidade de lidar com os sintomas.
Suporte Social: Buscar apoio de grupos de apoio ou redes de suporte pode proporcionar um espaço seguro para compartilhar experiências e estratégias com outras mulheres que enfrentam desafios semelhantes.
O TDAH em meninas, adolescentes e mulheres apresenta características únicas que exigem uma compreensão e abordagem diferenciadas. Reconhecer as manifestações frequentemente internalizadas do TDAH é fundamental para um diagnóstico e tratamento eficazes. Através de uma combinação de medicação, psicoterapia e estratégias práticas de coping, as mulheres com TDAH podem encontrar formas de gerenciar seus sintomas e alcançar um equilíbrio saudável em suas vidas pessoais e profissionais.
Para mais informações e suporte, é essencial consultar diferentes profissionais de saúde mental qualificados, que possam oferecer uma avaliação abrangente (médica e neuropsicológica) e um plano de tratamento adaptado às necessidades individuais.



